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Operação multimodal alia transporte rodoviário e ferroviário para promover sustentabilidade e alívio nas estradas

Mais barata e menos poluente se comparada ao transporte rodoviário, a movimentação de contêineres por meio do modal ferroviário é uma solução já utilizada por exportadores no interior do estado do Paraná, mas vem ganhando espaço nas empresas que buscam estas vantagens na hora de importar cargas.

No estado, a TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, possui uma parceria estratégica com a Brado Logística para transportar contêineres por meio dos dois ramais que conectam Paranaguá à Cascavel e à Cambé. Apenas no primeiro semestre de 2024, foram movimentados o equivalente a 50.402 TEUS (unidades equivalentes a contêineres de 20 pés) na ferrovia, que é a única do sul do Brasil a possuir conexão direta com a zona alfandegada dentro de um terminal.

De acordo com o gerente comercial, de logística e de atendimento da TCP, Giovanni Guidolim, “a importação de contêineres pela ferrovia proporciona menos riscos de avarias e maior assertividade no tempo de trânsito das cargas, assim como redução nos custos de transporte. Deste modo, ela é uma excelente opção logística para empresas que atuam no estado do Paraná, interior de São Paulo, e até mesmo no Paraguai”.

Entre os principais beneficiados pela importação de contêineres na ferrovia estão o setor agrícola, com a movimentação de fertilizantes e defensivos agrícolas, assim como o industrial, com o transporte de eletrônicos, painéis solares e cargas químicas, por exemplo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as regiões onde estão localizados os terminais da Brado representam 11,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.

Para impulsionar o desempenho econômico destas regiões, o gerente de vendas da Brado Logística, Ronney Maniçoba, ressalta que “com a saída diária de trens a partir do Terminal de Contêineres de Paranaguá, nossos clientes têm garantia de capacidade para movimentar suas cargas, além da segurança de que seus bens serão rapidamente transportados, reforçando a eficiência da operação multimodal, que combina ferrovia para longas distâncias e a rodovia para trechos curtos”.

Já o gerente de operações logísticas da TCP, Fabio Mattos, reforça que “a sinergia estabelecida entre o Terminal e a Brado assegura uma performance estável para a chegada e partida de 4 trens por dia, o que se traduz em um grande volume de cargas movimentadas de forma ágil para nossos clientes”.

Sustentabilidade

A movimentação de contêineres pela ferrovia que conecta a TCP aos ramais operados pela Brado Logística tem a capacidade de reduzir de forma robusta a pegada de carbono das operações de importação e exportação de todo o trade que usa este serviço.

No Terminal de Contêineres de Paranaguá, as cargas carregas e descarregas dos trens são içadas por, exclusivamente, dois guindastes pórticos sobre pneus de borracha (RTG)

eletrificados. Pesando 180 toneladas e medindo 24 metros de altura, estes equipamentos deixaram de usar o diesel como combustível ainda em 2023, garantindo uma redução de 97% nas emissões de gases de efeito estufa na operação destes equipamentos.

Além disso, o desenho logístico que combina dois modais de transporte tornou-se um método eficiente para promover a sustentabilidade. Ronney Maniçoba, da Brado Logística, explica que atualmente a operação de importação em contêineres via ferrovia no Paraná tem a capacidade de aliviar o tráfego mensal nas estradas em cerca de 1.000 a 1.500 caminhões. “Nas rotas de importação provenientes do Porto de Paranaguá com destino a Cambé, Cascavel e Ortigueira, a solução multimodal pode evitar até 85% de emissões de CO2 em comparação com o transporte estritamente rodoviário”, revela.

Novo Marco Legal do Transporte Ferroviário e recordes de importação por ferrovia

Em dezembro de 2021 foi publicada a Lei nº 14.273, que instituiu o novo Marco Legal do Transporte Ferroviário. A lei traz inovações que facilitam os investimentos privados na construção de novas ferrovias, no aproveitamento de trechos ociosos e na prestação de serviços de transporte ferroviário. O Ministério da Infraestrutura espera que esse modal passe dos atuais 20% para 40% da matriz de transportes de carga no Brasil nos próximos 15 anos.

Vinicius Valginhak